No último fim de semana, o técnico em agropecuária Paulo Odair viveu uma experiência inesquecível ao dirigir por uma estrada de terra na zona rural de Confresa, no nordeste de Mato Grosso. Ele avistou duas onças-pretas caminhando calmamente à sua frente, em pleno território do Xingu.
“Parei o carro na hora. Elas andaram com elegância, como se ignorassem minha presença. Senti medo, sim, mas também fascínio”, relatou Paulo, que atua em uma fazenda da região. O registro, embora apenas visual, ganhou relevância científica e ambiental por se tratar de uma aparição rara.
Onça-preta: a beleza do melanismo nas florestas brasileiras
As onças-pretas pertencem à mesma espécie da onça-pintada (Panthera onca). A diferença visual vem de uma mutação genética conhecida como melanismo, que intensifica a produção de melanina, pigmento responsável pela coloração escura da pelagem. Sob a luz certa, ainda é possível ver as rosetas — manchas típicas da espécie — desenhadas sob o fundo negro.
Especialistas estimam que apenas entre 6% e 10% das onças-pintadas no Brasil apresentam melanismo. A maioria vive em áreas de mata densa, onde a coloração escura oferece vantagem na caça e na camuflagem.
Ecoturismo ganha força com registros da fauna rara
O episódio também reforçou o potencial turístico da região. Especialistas em ecoturismo veem nas onças-pretas um atrativo de grande valor. “Poucos lugares no mundo oferecem a chance de ver esse animal em seu habitat natural. Com segurança e gestão correta, isso pode virar renda e conservação”, afirmou Moura.
Registros como o de Paulo mostram que o Xingu ainda guarda maravilhas e surpresas — e que, apesar das pressões, a natureza segue resistindo.
FONTE/CRÉDITOS: agencia da Noticia
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