A direção do PT, segundo o presidente da legenda, Edinho Silva, chegou a avaliar o apoio à PEC, mas mudou de rumo após orientação direta de Lula, que classificou a proposta como “anacrônica” e prejudicial ao país.
Por Redação – de Brasília
No dia seguinte a mais uma derrota maiúscula do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara, o Palácio do Planalto avaliava, nesta quinta-feira, que a aprovação da urgência para uma anistia aos golpistas de 8 de janeiro foi uma articulação do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), com o apoio do ‘Centrão’. A performance, na avaliação de ministros do núcleo político do governo, foi uma resposta ao posicionamento do PT contra a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem.
A direção do PT, segundo o presidente da legenda, Edinho Silva, chegou a avaliar o apoio à PEC, mas mudou de rumo após orientação direta de Lula, que classificou a proposta como “anacrônica” e prejudicial ao país. O presidente também ponderou que a discussão era impopular e iria gerar desgaste político mais adiante.
Urgência
A irritação de Motta e de integrantes do ‘Centrão’, no foco de investigações comandadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), na questão das emendas parlamentares, era visível durante a articularam da urgência para a proposta da anistia. O movimento, segundo interlocutores de ambos os lados, abalou a já estremecida relação entre o presidente da Casa e Lula.
Nos bastidores, auxiliares de Lula avaliam que a confiança entre o Planalto e Motta está praticamente esgotada mas, segundo outro setor do governo o próprio STF teria avalizado o acordo de Motta e o ‘Centrão’ para derrubar a urgência da anistia, em troca de uma redução de penas aos sentenciados no julgamento do golpe.
Golpistas
O acordo que, segundo apurou a mídia conservadora, foi fechado sob sigilo, tem sido negado publicamente por ministros da corte. Ainda segundo essa apuração, a escolha do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) para a relatoria do PL da Anistia levou em conta o acerto com parcela do Supremo. Mas o menor movimento no Legislativo em favor de um perdão aos golpistas obrigaria o Judiciário a reagir, segundo os ministros que teriam participado dessas conversas.
Para alguns deputados próximos às negociações, caso uma anistia fosse aprovada, seria rejeitada pelo presidente Lula e declarada inconstitucional pelo STF, que em outros momentos se posicionou para rejeitar o indulto a crimes contra a democracia. Já a redução de penas, ainda que não agrade totalmente aos ministros ou ao Planalto, não seria vista pela corte como ilegal nem alteraria o recente julgamento da Primeira Turma do Supremo.
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