O incêndio florestal que atinge o Havaí há mais de uma semana já é considerado o mais mortal registrado nos Estados Unidos no último século, com mais de cem mortes confirmadas e outras mil pessoas desaparecidas, de acordo com as autoridades locais. Rajadas de vento alimentaram e espalharam o fogo, contribuindo para que a região fosse colocada em estado de catástrofe pelo presidente Joe Biden.
Milhares de casas foram consumidas completamente pelo fogo e pessoas pularam no mar para fugir das chamas e da fumaça. Autoridades locais improvisaram abrigos para os desalojados, mas estes já estão com a capacidade total quase completa.
Além disso, há uma investigação em andamento para descobrir por qual razão as sirenes da região não foram acionadas, o que poderia ter salvado mais vidas, segundo reclama a população local.
O que aconteceu no Havaí?
Um incêndio florestal sem precedentes, que começou na terça-feira passada (8), causou a destruição da parte histórica da cidade de Lahaina, localizada no condado de Maui. Autoridades locais dizem que, até o momento, o fogo queimou cerca de 2.170 acres na cidade.
O primeiro incêndio em torno do alto Makawao queimou cerca de 270 hectares, conforme disse o chefe dos bombeiros do condado de Maui, Brad Ventura, em uma entrevista coletiva na semana passada. Por volta das 11h do primeiro dia de queima, o incêndio em Lahaina começou a devastar a cidade histórica. Uma hora depois, outro incêndio começou em Kula, provocando a evacuação de áreas residenciais próximas. Então, por volta das 18h, um quarto incêndio começou na Pulehu Road, no vale central, e "queimou várias centenas de acres".
Mais de uma centena de pessoas morreram devido ao incêndio florestal e cerca de 1 mil estão desaparecidas. Além disso, mais de 2 mil residências foram destruídas, muitas reduzidos a cinzas, e milhares de moradores estão desabrigados.
Para fugir das chamas, que se alastraram rapidamente pela ilha, pessoas foram vistas pulando no mar.
O que causou o incêndio?
As causas do incêndio ainda não foram divulgadas, mas imagens de uma árvore caindo em uma linha de energia em um santuário de pássaros em Maui estão sendo investigadas como um possível gatilho para as primeiras chamas.
Além dessa hipótese, a principal empresa de energia da ilha, Hawaiian Eletric, está sendo duramente criticada por não ter cortado a energia após o início dos fortes ventos, que acabaram por derrubar linhas de energia.
Uma empresa que administra uma rede de sensores em Maui diz ter detectado grandes falhas na rede elétrica horas antes do início dos incêndios.Nos dois dias seguintes, o fogo se alastrou com grande velocidade, atiçado por ventos fortes. Meteorologistas apontam que a ventania, com rajadas de até 100 km/h, foi causada pela passagem do furacão Dora, a sudoeste da ilha.Uma investigação sobre a causa dos incêndios florestais e como as autoridades lidaram com a resposta está em andamento.
Quais áreas foram afetadas?
Os incêndios florestais acometem a ilha de Maui, no Havaí, nos Estados Unidos. Lahaina, principal destino turístico da ilha, foi a cidade mais devastada pelo fogo, com a região histórica completamente destruída. Makawao, Kula, Pulehu Road, North Kohala e South Kohala também foram afetadas.
O fogo já foi controlado?
Por enquanto, o fogo está controlado, mas não apagado completamente. O governo do condado de Maui informou que o incêndio florestal está 89% contido. “Não há ameaças ativas neste momento”, escreveu.
Quantas pessoas morreram no incêndio?
O número de mortos nos incêndios florestais na ilha de Maui já chega a 111, de acordo com a atualização mais recente publicada pelas autoridades locais. No entanto, apenas cinco vítimas foram identificadas até o momento.
O governo pediu amostras de DNA das famílias para realizar o processo de identificação dos mortos.
Um necrotério portátil também foi trazido para ajudar as autoridades a identificar e processar restos mortais com raios-x e outros equipamentos.
"Será certamente o pior desastre natural que o Havaí já enfrentou. Só nos resta esperar e apoiar quem está vivo. Nosso foco agora é reunir as pessoas quando pudermos, dar-lhes moradia e cuidados de saúde e, em seguida, voltar-se para a reconstrução", disse o governador Josh Green à CNN.
Sirenes não tocaram
Apesar do Havaí ter o maior sistema de sirenes de alerta de segurança pública ao ar livre do mundo, nenhum dos 80 equipamentos instalados ao redor de Maui foi ativado enquanto o fogo se alastrava.
De acordo com a "CNN", a população afetada pelo incêndio se mostra revoltada com a decisão e questiona por qual razão os equipamentos não foram acionados. Eles acreditam que o sistema poderia ter salvado mais vidas.
A informação de que as sirenes não tocaram foi confirmada pela agência de resposta a emergências do estado no fim de semana. O porta-voz do órgão, Adam Weintraub, disse que as sirenes não ordenariam o esvaziamento da área, apenas alertariam os moradores para que buscassem mais informações.
Ele disse que outros métodos de alerta funcionaram normalmente no momento do incêndio, como o envio de mensagens para celulares. Porém, durante as primeiras horas do incêndio, a maior parte da energia e do serviço de telefonia móvel já haviam sido cortados e não estavam funcionando na ilha, dificultando a comunicação.
FONTE/CRÉDITOS: Agência da Noticia
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