Nesta terça-feira (11), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), anunciou a demissão do secretário de Política Agrícola, Neri Geller (PP), decisão que chegou à imprensa antes mesmo de ser comunicada oficialmente ao ex-deputado federal. Fontes próximas a Geller afirmam que ele está "desolado" e não concorda com a maneira como a decisão foi tomada.
A demissão de Geller está envolta em polêmica devido a um leilão para a compra de arroz importado, destinado a compensar as perdas causadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, um dos principais produtores do cereal. Marcelo Geller, filho de Neri, recentemente abriu uma empresa com Robson Luiz de Almeida França, ex-assessor de Neri e um dos negociadores do leilão, o que levantou suspeitas de favorecimento à corretora envolvida.
Durante uma coletiva de imprensa na manhã de hoje, Fávaro afirmou que Neri pediu exoneração voluntariamente, negando qualquer ilegalidade, pois a empresa foi estabelecida antes da nomeação de Geller ao Ministério. No entanto, Fávaro admitiu que a revelação do fato causou transtornos.
Geller, entretanto, negou a pessoas próximas que tenha pedido demissão e afirmou que ainda não foi comunicado oficialmente sobre seu desligamento. A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial da União.
Nos bastidores, há rumores de que Fávaro se aproveitou da situação para remover Geller, algo que já vinha tentando há algum tempo. Especula-se que o presidente Lula (PT) deseja substituir Fávaro por Geller para que o atual ministro retorne ao Senado, de onde está licenciado. Essa mudança seria motivada pela suplente de Fávaro, Margareth Buzetti (PSD), que tem votado contra o Governo Federal em pautas estratégicas, causando descontentamento no Planalto.
Comentários: