Justiça

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, votou para aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornar réu o mato-grossense Alan Diego dos Santos Rodrigues, acusado de instalar uma bomba em um caminhão de combustível, que estava próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, em dezembro de 2022, como protesto contra o resultado da eleição que definiu Lula (PT) como presidente.

Alan responde a ação ao lado do empresário George Washington de Oliveira Sousa e do blogueiro Wellington Macedo de Souza. O julgamento sobre o recebimento da denúncia teve início nesta sexta-feira (12) e, até o momento, apenas o relator votou.

Os três já haviam sido condenados pelo caso no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Posteriormente, parte do processo foi remetida ao STF por envolver crimes como associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e atentado contra a segurança do transporte aéreo.

Em seu voto, Moraes afirmou que são inconstitucionais condutas que atentem contra o regime democrático ou busquem destruir o pensamento crítico essencial ao Estado de Direito.

Denúncia da PGR

Segundo a PGR, o mato-grossense Alan Diego confessou ter sido o responsável por colocar o artefato explosivo no caminhão-tanque estacionado próximo ao aeroporto. Já Wellington Macedo teria dirigido o veículo utilizado para levar a bomba até o local.

George Washington, de acordo com a denúncia, teria adquirido cerca de R$ 60 mil em armamentos e explosivos, além de realizar pesquisas sobre o uso de explosivos antes da tentativa de atentado, participando diretamente do planejamento da ação.

Relembre o caso

Na véspera do Natal de 2022, forças de segurança do Distrito Federal, com apoio da Polícia Federal, se mobilizaram para desarmar um artefato explosivo acoplado a um caminhão-tanque nas proximidades do Aeroporto de Brasília. A bomba não foi detonada devido a uma falha técnica, evitando o que autoridades classificaram como uma possível tragédia.

O julgamento ocorre em plenário virtual, e os demais ministros da Primeira Turma do STF têm até as 23h59 da próxima sexta-feira (19) para apresentar seus votos.