A Secretaria Municipal de Saúde de Querência confirmou nesta semana a ocorrência de um caso de intoxicação por metanol no município. O caso foi notificado como suspeito no dia 17 de novembro, e confirmado posteriormente pela Secretaria de Estado da Saúde. O número de mortes por contaminação de metanol subiu para três, de acordo com painel de monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), atualizado nesta terça-feira (2). O total de confirmados chegou a seis casos. Apenas um segue em investigação.
Um paciente de 24 anos deu entrada no hospital particular de Barra do Garças, a 511 km de Cuiabá, apresentando os sintomas da intoxicação. O exame toxicológico deu positivo para metanol, mas ele não recebeu o antídoto e não resistiu à contaminação. O jovem é morador de Querência, a 912 km de Cuiabá.
Em relação aos casos confirmados, Flávio Roberto da Mata Pereira, de 33 anos, está internado em coma induzido no Hospital São Benedito, em Cuiabá, segundo a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Este registro do morador de Querência coloca em evidência os riscos associados ao consumo de bebidas alcoólicas de procedência duvidosa e alerta para a urgência da fiscalização e da consciência pública.
Com o objetivo de proteger a população do municipio, a secretaria emitiu um Comunicado de Risco Sanitário, reforçando orientações de prevenção, detecção de sintomas e atendimento imediato em caso de intoxicação.


Mesmo quantidades pequenas o metanol podem causar intoxicação grave, perda de visão permanente, problemas neurológicos, falência de órgãos ou até levar à morte.
Por isso, muitas autoridades consideram a intoxicação por metanol um problema sério de saúde pública — especialmente quando bebidas clandestinas ou de origem duvidosa circulam em um contexto de fiscalização fraca.
Nos últimos meses, o problema ganhou destaque em várias regiões do país. Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, foram registrados dezenas de casos suspeitos de intoxicação por metanol vinculados ao consumo de bebidas adulteradas.
As orientações da Secretaria de Saúde e do Ministério da Saúde destacam alguns cuidados essenciais:
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Compre bebidas apenas em estabelecimentos confiáveis, que forneçam nota fiscal, com embalagem lacrada e selo fiscal.
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Evite bebidas vendidas informalmente, sem rótulo, sem lacre, sem selo de segurança ou com preço muito abaixo do mercado — isso pode ser indício de adulteração.
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Desconfie de bebidas artesanais ou caseiras sem procedência comprovada.
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Em festas ou eventos informais, tenha atenção redobrada: bebidas “baratas”, sem embalagem adequada ou servidas em recipientes improvisados merecem cautela.
Além disso: se consumir bebida alcoólica — sobretudo destilados — fique atento aos sintomas, mesmo que pareçam leves ou semelhantes a uma ressaca.
Após o consumo, os sinais de intoxicação por metanol podem levar algumas horas a aparecer — muitas vezes confundidos com os de uma ressaca comum.
Sintomas iniciais (até 6 a 14 h)
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Náuseas e vômitos
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Dor ou desconforto abdominal
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Mal-estar geral, fraqueza
Sintomas posteriores (6 a 72 h — ou mesmo depois)
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Dor de cabeça intensa
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Tontura, confusão mental
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Sintomas visuais: visão turva, borrada, alteração das cores, perda parcial ou total da visão, fotofobia
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Em quadros mais graves: convulsões, coma, acidose metabólica, falência de órgãos (rins, fígado), possíveis sequelas irreversíveis como cegueira permanente.
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Procure imediatamente atendimento médico de emergência (hospital, UPA) — quanto mais rápido for o atendimento, melhor a chance de evitar danos graves.
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