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Querência diante de uma epidemia silenciosa: violência doméstica explode nos fins de semana regados a álcool e festas.

A cada fim de semana, em média, três mulheres são vítimas de violência doméstica em Querência.

Querência diante de uma epidemia silenciosa: violência  doméstica explode nos fins de semana regados a álcool e  festas.
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 A cada fim de semana, em média, três mulheres são vítimas de 
violência doméstica em Querência. Com cerca de 29 mil habitantes, o município registrou 
126 casos nos últimos 42 finais de semana, considerando apenas os três dias de cada fim 
de semana. Isso representa uma taxa alarmante de 434,48 casos por 100 mil habitantes, 
quase três vezes maior que a média nacional, e acende um alerta urgente para a 
segurança das mulheres na cidade. 

Comparação com dados nacionais e estaduais 
Segundo o Atlas da Violência 2025, o Brasil apresenta uma média nacional entre 130 e 
150 casos de violência doméstica por 100 mil habitantes. Embora já preocupante, esse 
número é superado com folga por Querência. 
No âmbito estadual, Mato Grosso lidera o ranking nacional de feminicídios, com uma taxa 
de 2,5 por 100 mil habitantes, além de apresentar índices de violência doméstica 
superiores à média nacional. Ainda assim, Querência ultrapassa até mesmo os números 
estaduais, revelando uma situação local particularmente crítica. 
Finais de semana marcados por álcool, festas e violência 
A maioria dos casos registrados ocorre durante os finais de semana, período marcado por 
consumo excessivo de álcool, frequência intensa em bares, festas e distribuidoras, muitas 
vezes até altas horas da madrugada. Esse padrão recorrente revela um ciclo de 
vulnerabilidade agravado por ambientes de descontrole e ausência de fiscalização. 
Especialistas apontam que o abuso de substâncias, aliado à permissividade social e à falta 
de limites, cria um terreno fértil para agressões dentro do ambiente doméstico — 
especialmente quando não há suporte institucional para conter ou prevenir os episódios. 
Medidas protetivas e a cifra negra da violência 
A imagem abaixo ilustra esse fluxo de proteção jurídica e destaca o problema da 
subnotificação: 
Outro ponto crítico revelado pelo CNJ é que nem todos os casos de violência doméstica 
são registrados como crimes. Muitos aparecem apenas como pedidos de medidas 
protetivas, sem tipificação penal imediata. Isso contribui para a chamada “cifra negra da 
violência”, que representa os casos não denunciados ou não formalizados — e que, em 
cidades como Querência, pode ser ainda maior devido à estrutura limitada das 
instituições locais.

Infográfico: Fluxo das medidas protetivas e alerta sobre a cifra negra da violênciaDados nacionais reforçam urgência de medidas em Querência 
Segundo o painel Violência contra a Mulher do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), até 
junho de 2025 foram concedidas mais de 304 mil medidas protetivas em todo o país. No 
entanto, apenas 571 dessas medidas foram emitidas diretamente por autoridades 
policiais, o que revela uma baixa capacidade de resposta imediata nos momentos mais 
críticos.

https://justica-em-numeros.cnj.jus.br/painel-violencia-contra-mulher/ 
Além disso, o painel registra 33.179 medidas prorrogadas e 727 revogadas, indicando que 
muitas vítimas continuam em situação de risco mesmo após o primeiro atendimento. O 
tempo médio entre o início do processo e a concessão da primeira medida protetiva 
também é um dado preocupante — qualquer demora pode ser fatal. 
Fatores que agravam o cenário 
Além do contexto festivo e alcoólico, outros fatores contribuem para a escalada da 
violência: 
• Falta de estrutura para acolhimento e denúncia 
• Déficit na fiscalização e aplicação das leis 
• Barreiras culturais que dificultam a quebra do ciclo de violência 
• Menor presença institucional em cidades pequenas 
Em municípios com menor população, essas deficiências tendem a ser ampliadas, já que 
o suporte institucional costuma ser mais frágil que em grandes centros urbanos.

FONTE/CRÉDITOS: redação Alternativa
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