Um caderno apreendido pela Polícia Civil após uma estudante de 12 anos ser agredida e torturada por colegas, dentro da Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, a 415 km de Cuiabá, revelou como funcionava o grupo criado pelas alunas, inspirado em facções criminosas, segundo o delegado responsável pelo caso, Marcos Paulo Batista de Oliveira.
A vítima foi agredida após negar um "geladinho" - suco de pacotinho - a uma das colegas. Para o delegado, a ação da aluna foi contra uma das regras descritas no caderno, o que teria motivado a agressão.
"Durante os depoimentos, elas disseram que tinham algumas regras básicas, como respeitar, ser leal e não tirar a pulseira de pano que elas criaram, cada uma com uma cor diferente para definir a hierarquia. Cerca de cinco delas eram identificadas como diretoras e tinham as outras, que possuíam outras atribuições , explicou.
No caderno apreendido na casa de uma das alunas, constava a hierarquia, normas e apelidos, como ocorre em facções. De acordo com o delegado, as estudantes usavam pulseiras com cores diferentes para identificar a função de cada uma dentro do grupo.
Segundo a Polícia Civil, o grupo, que também inclui a vítima, era formado por cerca de 20 alunas. Na apuração dos fatos, foram ouvidas cerca de 10 pessoas, além das menores envolvidas, os pais, a diretoria da escola e a vítima prestaram depoimento.
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