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Justiça Eleitoral cassa chapa de prefeito de MT por compra de votos com indígenas e determina novas eleições

Eles teriam aliciado cerca de 100 indígenas para transferirem seus domicílios eleitorais para Brasnorte, oferecendo transporte irregular, dinheiro, co

Justiça Eleitoral cassa chapa de prefeito de MT por compra de votos com indígenas e determina novas eleições
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A Justiça Eleitoral de Mato Grosso cassou os mandatos do prefeito de Brasnorte, a 587 km de Cuiabá, Edelo Ferrari (União Brasil), da vice-prefeita Roseli Gonçalves e do vereador Gilmar Celso Gonçalves por abuso de poder econômico nas eleições de 2024. A decisão, proferida nesta terça-feira (2) pelo juiz Romeu da Cunha Gomes, da 56ª Zona Eleitoral, também declarou a inelegibilidade de outros quatro envolvidos e determinou a realização de novas eleições no município.

Segundo a sentença, o grupo montou um esquema de compra de votos envolvendo a comunidade indígena Enawenê-Nawê. Eles teriam aliciado cerca de 100 indígenas para transferirem seus domicílios eleitorais para Brasnorte, oferecendo transporte irregular, dinheiro, combustível e até frangos congelados na véspera da votação.

Nas redes sociais Edelo, acompanhado de Roseli e Gilmar, se manifestou por meio de um vídeo em que afirmou receber com supressa a decisão e que irá recorrer por meio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

"Continuaremos administrando Brasnorte, continuaremos trabalhando para o povo, para melhorar a vida de todos", disse.

As investigações apontam que o transporte dos eleitores foi financiado pelos filhos do vereador Gilmar Gonçalves, Alexandre e Júnior Augusto Gonçalves, em 2023. A operação, no entanto, foi interceptada pelo Exército, que descobriu ônibus fretados por Rogério Gonçalves, servidor da prefeitura.

Entre as provas apresentadas estão depoimentos e a quebra do sigilo bancário de Rogério, que revelou movimentações superiores a R$ 200 mil em transferências para os indígenas e para a empresa responsável pelo transporte.

A ação judicial também destacou que a taxa de abstenção nas eleições foi de apenas 10%, bem abaixo da média da zona eleitoral, que ficou em 27%. A chapa foi eleita com uma vantagem de apenas 155 votos, o que, segundo o juiz, comprova a influência direta da fraude no resultado final.

“Portanto, esses elementos, robustamente fundamentados e articulados, demonstram satisfatoriamente o abuso do poder econômico, justificando a procedência parcial da presente ação e aplicação das sanções previstas na legislação eleitoral”, afirmou o juiz na decisão.

Além da cassação dos diplomas e da anulação dos votos, Gilmar Gonçalves, Rogério Gonçalves, Alexandre Gonçalves, Júnior Gonçalves e João Gomes da Silva Júnior foram declarados inelegíveis por oito anos. Gilmar e Rogério também foram condenados por compra de votos e multados em R$ 53.205,00 cada.

Embora não tenha sido comprovada a participação direta do prefeito e da vice no esquema, o juiz entendeu que ambos foram beneficiados pelas práticas ilegais, motivo pelo qual seus mandatos foram cassados, mas sem a declaração de inelegibilidade.

Com a decisão, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso deverá convocar novas eleições para os cargos de prefeito e vice-prefeito em Brasnorte, além de recalcular os votos para vereador, devido à anulação da votação de Gilmar Gonçalves.

FONTE/CRÉDITOS: Agencia da Noticia
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