O juiz da Comarca de Vila Rica, Ivan Lúcio Amarante, alvo da 8ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada nesta quinta-feira (29), teria usado a esposa e a ex mulher para o recebimento de propina. Ele é acusado de participar de um suposto esquema de venda de sentenças, que foi descoberto após a morte do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023.
A informação sobre o uso de familiares consta no voto do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, relator do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que afastou Ivan Lúcio do cargo.
Conforme Campbell, entre setembro de 2023 e julho de 2024, a esposa do juiz, Mara Patrícia Nunes Amarante, fez 43 transferências ao marido, somando R$ 750,9 mil.
Já entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023, a empresa JSA Logística e Transportes Ltda, ligada à Jucimara de Souza Amarante, ex-esposa de Ivan Lúcio, movimentou R$ 208 mil em 10 repasses a ele.
“Como bem pontuou a autoridade policial, há inúmeras incongruências nas transferências realizadas: ausência de capacidade financeira da origem, que auferia apenas rendimentos modestos e não possuía qualquer empregado na empresa de transporte por ela constituída, havendo indícios de que se tratava de entidade de existência meramente formal”, disse Campbell em seu voto.
O ministro ressalta que esses valores seriam de propinas pagas pelo advogado Roberto Zampieri, que tinha uma relação de muita proximidade e influência com o juiz, inclusive indicando o que deveria ser ou não acolhido ou que teses jurídicas deveriam ser adotadas pelo magistrado.
“Ao término da análise da movimentação bancária e fiscal de Ivan Lúcio Amarantes foi constatado o aporte sem aparente justificativa de ao menos R$ 1 milhão — podendo esse valor ser ainda maior, uma vez que os dados fiscais de Mara Patrícia Amarantes ainda não foram totalmente analisados pela autoridade policial”, completou.
Alvo de operação
Nesta quinta-feira (29), o juiz Ivan Lúcio foi alvo da 8ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal. Além dele, outras duas pessoas foram alvo de busca e apreensão.
A ação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou o afastamento do magistrado do cargo e o bloqueio de R$ 30 milhões.
FONTE/CRÉDITOS: Agencia da Noticia
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