O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou recentemente a Favela do Moinho, na capital paulista, para anunciar um programa de realocação habitacional voltado a cerca de 900 famílias. O que chamou a atenção, porém, foi o fato de a visita ter sido articulada com a ONG que representa a comunidade, comandada por Alessandra Moja Cunha, irmã de um traficante apontado como liderança do PCC na região.
Dois dias antes da visita, o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, reuniu-se com representantes da associação comunitária. A entidade está registrada no nome de Alessandra, que já cumpriu pena por homicídio, e atua em uma área onde já foram apreendidas grandes quantidades de drogas, incluindo cocaína, crack e maconha. A ONG chegou a funcionar no mesmo imóvel onde funcionava um depósito de entorpecentes.
Relatórios do Ministério Público apontam que a Favela do Moinho está sob domínio do crime organizado, que controla o acesso à região e usa a estrutura da comunidade para atividades ilícitas. A entrada de autoridades e a realização de eventos públicos no local dependem da autorização de lideranças locais, ligadas à facção.
Na visita, Lula e a primeira-dama Janja foram recebidos por moradores e representantes da comunidade, e anunciaram investimentos que preveem o pagamento de até R$ 250 mil por família para aquisição de moradias. O projeto tem parceria com o governo de São Paulo e inclui a transformação da área em um parque urbano.
FONTE/CRÉDITOS: Folhauai
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