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Caso Benício: veja a cronologia do atendimento que levou à morte de criança após aplicação de adrenalina

Segundo os pais, o menino morreu após receber uma dosagem incorreta no atendimento realizado entre sábado (23) e a madrugada de domingo (24)

Caso Benício: veja a cronologia do atendimento que levou à morte de criança após aplicação de adrenalina
Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, faleceu em hospital de Manaus Foto: Arquivo pessoal
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Os pais de Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, denunciaram na terça-feira (25) que o filho morreu após receber uma dosagem incorreta de adrenalina aplicada por via intravenosa em um hospital particular de Manaus. A Polícia Civil abriu investigação e já ouviu a médica e enfermeira responsáveis pelo atendimento.

De acordo com os pais, a morte do menino aconteceu durante o atendimento realizado entre sábado (22) e a madrugada de domingo (23). Confira a cronologia do caso abaixo:

Entrada no hospital e administração da medicação

Na noite de sábado (22), Benício foi levado ao Hospital Santa Júlia com tosse seca e suspeita de laringite, após apresentar dois episódios de febre.

A família disse que a criança foi atendida por uma médica, que prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa de 3 ml a cada 30 minutos. A aplicação foi feita por uma técnica de enfermagem de plantão.

A família contou ao g1 que chegou a questionar a profissional ao ver a prescrição.

“Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Nós perguntamos, e a técnica disse que também nunca tinha aplicado por via intravenosa. Falou que estava na prescrição e que ela ia fazer”, relatou o pai, Bruno Freitas.

Agravamento do quadro

Segundo os pais, Benício apresentou uma piora súbita: ficou pálido, com membros arroxeados e relatou que “o coração estava queimando”.

A saturação de oxigênio caiu para cerca de 75%. Ele foi levado para a sala vermelha e, em seguida, intubado na UTI, por volta das 23h.

Segundo o pai, a intubação provocou as primeiras paradas cardíacas. O menino sofreu seis paradas consecutivas, todas com tentativas de reanimação. A última foi fatal. Benício morreu às 2h55 do domingo (23).

Denúncia e investigação

No dia 25, a família denunciou o caso à Polícia Civil, afirmando que a medicação na veia fora responsável pelas paradas cardíacas.

No dia seguinte, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) informou que instaurou processo ético — em caráter sigiloso — para apurar a conduta da médica Juliana Brasil Santos.

O Hospital Santa Júlia afastou a médica e a técnica de enfermagem envolvidas.

Revelações, documentação e questionamentos

Juliana Brasil Santos, médica investigada no caso, foi ouvida pela polícia na sexta-feira (28). No relatório do hospital enviado à Polícia Civil, ao qual a Rede Amazônica teve acesso com exclusividade, reconhece que errou ao prescrever adrenalina na veia de Benício Xavier.

No documento enviado, a médica narra que comentou com a mãe da criança que a medicação deveria ser administrada por via oral. Ela afirmou também ter se surpreendido por a equipe de enfermagem não questionar a prescrição.

A técnica de enfermagem Raiza Bentes, que atendeu Benício Xavier, também foi ouvida pela polícia. A profissional disse que apenas seguiu a prescrição médica ao aplicar a dose de adrenalina.

Segundo o delegado Marcelo Martins, o caso é investigado como homicídio doloso qualificado. A investigação, que já colheu depoimentos e analisou prontuários, avalia a possibilidade de que o episódio seja tratado como homicídio doloso qualificado pela crueldade.

Apesar do pedido de prisão preventiva da médica pelo delegado, a Justiça negou por entender que não há, até o momento, “fundamentos suficientes” para manter a prisão. A profissional segue respondendo o processo em liberdade.

FONTE/CRÉDITOS: Olhar Alerta
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